LÍQUEN PLANO MUCOSO VULVAR: SEGUIMENTO, FORMAS CLÍNICAS E LABORATORIAIS

Os autores avaliaram entre os anos de 1997 e 2000, 44 mulheres com líquen plano de mucosa vulvar. Todas as mulheres tinham lesões hiperêmicas de longa duração, descamativas, parcialmente erosivas na face interna de pequenos lábios. Destas, 30 (68%) também tinham lesões orais e 9 tinham achados cutâneas compatíveis com líquen plano. Apesar de lesões vaginais não terem sido rotineiramente pesquisadas, foram observadas duas fusões de vagina. Todas as mulheres foram tratadas com corticóides tópicos potentes a muito potentes: propionato de clobetasol duas vezes ao dia por três meses; cerca de 32 (73%) reportaram algum tipo de melhora. Em 7 (16%) pacientes o líquen plano entrou em remissão após duração da doença entre 2 a 18 anos (média de 10,6 anos). Estas mulheres ficaram com graus variados de atrofia da mucosa (estreitamento do intróito vaginal, atrofia/fusão dos pequenos lábios), mas não tinham mais lesões inflamatórias. Uma paciente desenvolveu carcinoma escamoso vulvar. Recomenda-se seguimento em longo prazo e biópsia em todas as lesões papulares e lesões ulcerativas que não cicatrizam. Diagnóstico diferencial deve ser feito com líquen escleroso e neoplasia intra-epitelial da vulva. No líquen escleroso, o restante da pele vulvar e perianal está freqüentemente acometido enquanto a mucosa oral e vaginal não estão comumente afetadas. O líquen plano afeta mulheres adultas e nunca foi relatado antes da puberdade, em contraste com o líquen escleroso que é visto em crianças. Os casos típicos de líquen plano de mucosa genital possuem eritema circundado por borda reticulada, chamado de fenômeno de Wickman, como visto no líquen plano de boca e é a melhor área para realizar a biópsia para confirmação diagnóstica. O líquen plano de mucosa genital pode estar associado a lesões orais, assim, a inspeção da mucosa oral pode levar a importantes pistas diagnósticas. A vagina pode estar afetada e a descamação do epitélio vaginal pode levar a sangramento vaginal. Este pode ocorrer espontaneamente ou pelo toque, causando grande sensação de desconforto na paciente. Ao menos 50% das pacientes referem dispareunia.

Fonte: Kirtsching et al. JEADV (2005) 19, 301-7.

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