A depressão em toda a sua complexidade
Os tipos mais comuns
· Depressão melancólica
É a doença em sua forma clássica – tristeza falta de energia, perda de apetite e raciocínio lento. Em torno de 65% dos doentes têm insônia. Os sintomas manifestam-se, sobretudo pela manhã.
· Depressão atípica
O deprimido atípico sente mais fome e mais sono. A letargia e a angústia pioram fim da tarde e á noite.
· Depressão ansiosa
Os sintomas vêm acompanhados de inquietação e desconforto. A pessoa não se sente à vontade em lugar nenhum tema sensação de que algo ruim vai lhe acontecera qualquer momento e pode apresentar sintomas físicos de ansiedade, como taquicardia e sudorese.
· Depressão psicótica
O deprimido tem delírios e alucinações. Num dos quadros mais graves, acredita que seu organismo está se deteriorando e chega a sentir cheiro da degradação
· Depressão pós-parto
Acomete 12% das mulheres, que, além dos sintomas comuns da depressão, sentem medo, sobretudo de não conseguir cuidar do bebê.
· Depressão sazonal
Mais comuns nos países nórdicos, manifesta-se principalmente no outono e no inverno, estações caracterizadas por longos períodos de baixa luminosidade.
O diagnóstico
Os sintomas
Na depressão, os sinais listados a seguir ocorrem o longo de, no mínimo, duas semanas
· Abatimento
· Perda do interesse ou do prazer
· Perda ou ganho significativos de peso sem estar em dieta
· Insônia ou sono em excesso
· Agitação ou lentidão dos movimentos
· Fadiga ou perda de energia
· Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva
· Redução da capacidade de raciocinar, concentrar-se e tomar decisões
· Pensamentos de morte recorrentes e tentativa de suicídio.
Os graus
LEVE
· Abatimento ou perda de interesse (2 ou 3 sintomas)
O doente é capaz de desempenhar a maior parte de suas atividades cotidianas
MODERADO
· Abatimento ou perde de interesse (4 sintomas)
O doente tem dificuldade para manter as atividades da sua rotina, como concentrar-se e tomar decisões, e comete mais erros no trabalho
GRAVE
· Abatimento ou perda de interesse (5ou mais sintomas)
O doente não consegue desempenhar suas atividades – das mais rotineiras, como tomar banho, às mais complexas, como trabalhar. Pode apresentar delírios e alucinações. As idéias e tentativas de suicídio são comuns
As bases orgânicas
A depressão caracteriza-se por um desequilíbrio na química cerebral. Os neurônios de um deprimido não respondem bem aos estímulos dos neurotransmissores, as substancias responsáveis pela comunicação entre as células nervosas. Entre os neurotransmissores mais comumente associados à depressão estão a serotonina, a dopamina e a noradrenalina.
As causas
· Genética
É tida como o principal fator para a doença. Uma pessoa com parentes próximos vítimas de depressão tem até três vezes mais probabilidade de apresentar o mesmo problema.
· Stress
É um fator que geralmente atua no desencadeamento da primeira crise depressiva. Pode ser de natureza física (doenças que causam dor crônica, por exemplo), psicológica (divórcio ou excesso de trabalho) e ambiental (invernos rigorosos ou catástrofes naturais)
· Doenças que alteram a química cerebral
Derrames, tumores no cérebro e hipotireoidismo, entre outros distúrbios, podem desregular a química cerebral, favorecendo a depressão
· Uso de drogas
O abuso de alguns medicamentos, álcool e drogas ilícitas interferem na comunicação entre neurônios, o que pode levar a quadros depressivos.
A mais comum das doenças psiquiátricas, a depressão ainda desfia a medicina. Suas origens biológicas e suas causas não foram totalmente desvendadas. Até pouco tempo atrás, acreditava-se que a doença surgia da carência no cérebro de neurotransmissores, associados às sensações de prazer, autoconfiança, apetite, entre outras. A hipótese mais aceita hoje é a de que a depressão está ligada ao mau uso que o cérebro faz de tais substâncias. O tratamento não é simples. Ao contrário. Há de se levar em conta os vários tipos de depressão e as inúmeras substâncias antidepressivas no mercado. Descobrir a medicação mais adequada a cada paciente é um trabalho, na maioria dos casos, de tentativa de erro. Apenas 37% dos doentes encontram alívio com o primeiro remédio prescrito por seus médicos.