O conceito de intimidade está fortemente ligado à vida privada. Todas as pessoas têm vida privada, um espaço reservado ao qual ninguém ou poucas pessoas selecionadas têm acesso, o que, por outro lado, acaba despertando a curiosidade para saber o que o outro faz no particular. Todo indivíduo tem direito à intimidade, de privar-se de se tornarem públicos aspectos da vida pessoal que não deseja partilhar.

Procura-se viver no íntimo o que é bom e o que não é, isto é, viver o máximo da felicidade e do prazer e ocultar a vergonha ou o fracasso.

A determinação do que é íntimo tem uma dimensão subjetiva e outra social. A intimidade pode ser o amor, a honestidade, o compromisso, a aceitação própria e do outro, é sexo, é vulnerabilidade, é confiança, é medo do não, é mutualidade, é interdependência, é vergonha das dificuldades sexuais, é permitir o profundo conhecimento na relação interpessoal. Mas existem também as convenções sociais que restringiram à intimidade ações naturais do ser humano como, por exemplo, sua higiene, seu desnudar e seu ato sexual. Assim, é comum em nossa cultura que as pessoas não se sintam à vontade para permitir a outras o uso de objetos pessoais, como escova de dente e lingerie, a comer no mesmo prato, a beber no mesmo copo e a liberar o acesso da casa aos quartos de dormir.

O desenvolvimento da intimidade implica em compartilhar e explorar os sentimentos, pensamentos, valores e metas de vida com o parceiro. Quando a intimidade se estabelece numa relação afetiva, os parceiros tendem a ter vontade de falar e ouvir sobre suas sensações, expectativas e temores, como uma forma de parecer transparente ao outro e torná-lo partícipe de sua vida.

A intimidade e a sexualidade são dois componentes importantes de uma vida sadia e feliz. Um dos problemas mais importantes é a incapacidade de falar de sexo e de intimidade, e de buscar ajuda quando necessário. Falar de sexo ainda é, para muitas pessoas, um tema que não deve ser tocado, até com o parceiro.

Parte da dificuldade de transmitir os verdadeiros sentimentos ao parceiro em relação à satisfação sexual é o medo associado ao futuro da relação. Esta insegurança constitui um obstáculo para o diálogo aberto e franco, que é indispensável para um bom ajuste sexual do casal. Muitas mulheres condicionadas por vergonha e tabus, optam por fingir a correr o risco de revelar que a experiência não é satisfatória e não atende às suas expectativas.

O diálogo é o principal caminho para sentir-se próximo à outra pessoa; compartilhar histórias de vida, objetivos, temores e sonhos. Evitar o diálogo pode conduzir à inibição da sexualidade. É importante saber o que o parceiro deseja e falar dos próprios desejos, e como ambos vão trabalhar essas expectativas. Confiar no parceiro pode ser uma boa maneira de solucionar os problemas e conversar sobre os sentimentos também pode ajudar a evitar culpa ou ressentimentos.

 

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