Anorexia Nervosa

Tratamento

Como deve ser realizado o tratamento para a anorexia ?

Quais medicamentos podem ser usados no tratamento?

Que outros procedimentos são utilizados para tratar a anorexia?

Que recomendações podem ser feitas aos pais?

Como deve ser realizado o tratamento para a Anorexia ?O primeiro problema a ser enfrentado no tratamento da anorexia nervosa é a questão da necessidade da internação. Normalmente a paciente é levada a se tratar quando em condições físicas precaríssimas, aumentando os riscos de letalidade. J. A. Flaherty, autor de "Psychotherapy and Bulimia Nervosa", estabelece os seguintes critérios para resolver a polêmica: é necessária a internação quando houver rápida perda de peso (maior do que 30% ao longo de seis meses), severa perda de energia e hipocalemia ou alterações eletrocardiográficas.

Outro autor, T. A. Cordás, propõe cinco principais categorias para o tratamento da Anorexia:

1. Tratamento em regime de hospitalização com a instalação de vigorosos cuidados de enfermagem e administração de dieta hipercalórica, mesmo contra a vontade da paciente, caso se faça necessário.
2. Técnicas comportamentais e cognitivas têm sido incorporadas em muitos programas atuais para anorexia. As técnicas mais empregadas são a exposição, a prevenção de resposta, a intenção paradoxal e a restruturação cognitiva.
3. Psicoterapia individual: uma abordagem psicoterápica mais ativa, incluindo aspectos educacionais e uma postura mais direta deve ser empregada, ao invés da psicoterapia clássica interpretativa.
4. Psicoterapia familar para indivíduos que ainda vivem em um núcleo familiar e cujos conflitos familiares sejam um importante fator principiante. Para pacientes casadas esse recurso é obrigatório pois são supostamente mais velhas, o que piora o prognóstico.
5. Psicofarmacoterapia.

Quais medicamentos podem ser usados no tratamento?

O primeiro medicamento usado foi a clorpromazina. Em 1992, 14 pacientes foram tratadas com doses diárias entre 20 e 200mg desse medicamento, das quais 4 tiveram melhora parcial e 10 total.

Antidepressivos têm sido largamente usados, tais como :
Amitriptina - Segundo Eckert (1986), melhora os sintomas depressivos mas não provoca aumento de peso.
Clorimipramina - Segundo Hoffman (1993) é uma droga pouco eficaz.
Maprotilina - Segundo Matarazzo (1992), tem sido usada pelo Serviço de Psiquiatria da Infância e da Adolescência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em associação com neuroléptico, mostrando-se bastante eficaz quando existe a presença de traços depressivos.
Trazodona - É um antidepressivo inibidor da monoamino oxidase. De acordo com Hudson (1985), não obteve resposta terapêutica em 10 pacientes tratadas.
Fluoxetina - Kaye (1991), em uma amostragem de 31 pacientes obteve boa resposta em apenas 10 pacientes, com aumento do apetite, redução ou desaparecimento de sintomas obsessivos, depressivos ou ansiedade; em outro estudo com 160 pacientes realizado por Jacobsen (1992), 54 obtiveram algum ganho de peso e 34% apresentaram queixas na esfera sexual (diminuição da libido e/ou resposta sexual).

Hoffman (1993) advoga o uso da Ciproheptadina (hidrocloreto de ciproeptadina), um anti-histamínico e antagonista da serotonina, pois não tem efeitos colaterais dos antidepressivos tricíclicos (queda da pressão arterial e aumento da freqüência cardíaca) e preconiza seu uso principalmente em tratamentos de anoréxicas edemaciadas.

Que outros procedimentos são utilizados para tratar a anorexia?

Dally (1966) faz referência ao uso da insulinoterapia, hoje em desuso, pois sua ação orexígena (que produz apetite) torna-se desnecessária no tratamento da anorexia nervosa, já que as pacientes não tem perda de apetite mas se negam a se alimentar. Também foi utilizada a eletroconvulsoterapia, que trazia algum benefício com relação à ansiedade, humor e apetite. As neurocirurgias (leucotomia modificada) tiveram sua indicação no passado em casos extremos, hoje seu uso está abandonado para a anorexia.

Que recomendações podem ser feitas aos pais?

Aos primeiros sintomas de restrição alimentar é importante que se avalie a intensidade desse regime e sua real necessidade. Caso haja um exagero desmedido e as mesmas não tenham um comprovado aumento do peso esperado para sua altura e idade, procure os cuidados de um psiquiatra que tenha comprovada experiência no tratamento dessa patologia.

 

 

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